Faltam seis meses para as eleições e, embora, por um lado, seja um longo caminho até o dia de ouvir o barulhinho da urna, por outro, a disputa já começou há bastante tempo em Pelotas. Talvez em 2020 mesmo, assim que fecharam as urnas do último pleito. No entanto, agora os principais nomes para ocupar a principal cadeira do Paço Municipal começam a aparecer de fato. Depois de muitas especulações, com o fim da janela eleitoral, o cenário se desenha, como mostra a página 3 do DP.

Se os nomes cada vez mais estão em evidência, causa estranheza que a questão de ideias ainda pouco se fala. Um problema ainda mais gritante, já que a situação da cidade é problemática e isso não é segredo para ninguém. É só circular pelas ruas para ver que buracos chegam a se juntar virando crateras (a questão da Fernando Osório, uma das entradas de Pelotas, é digna de vergonha para qualquer cidadão), a grama segue alta e, como mostra a nossa manchete de sexta-feira, a educação vive situação problemática. A saúde enfrenta uma CPI. Enfim, são diversos problemas e a maioria tem origem na questão financeira, também abordada pelo DP na última semana, e sempre ressaltada pela gestão municipal. Algo ainda pouquíssimo abordado.

Os conchavos, tão naturais na política, se intensificaram nas últimas semanas mas o curioso é que em raros momentos a questão da cidade foi levantada pelos entrevistados ou em declarações públicas sobre trocas partidárias. Os cargos, cálculos de votação e tudo mais parecem ser muito mais interessantes.

Por mais que a política seja um tema apaixonante e a questão vá ficar ainda mais eletrizante nos próximos meses nas cidades, o cidadão tem que bater na tecla - assim como fará a imprensa - de que o importante são as propostas o que decidirá o voto. É preciso cobrar soluções para a crise que vive não só Pelotas, mas toda a Zona Sul. Pensamento em saúde, educação, infraestrutura, turismo, geração de emprego e muito mais. Pelotas não pode parar apenas para eleger nomes ou partidos. Precisa eleger projetos. E precisa eleger vereadores firmes, que realmente querem fazer algo, e não apenas poder.

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